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Ranking da Transparência das Universidades Federais 2017

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Ranking da Transparência das Universidades Federais 2017


Pesquisa apresenta dados sobre a eficiência das instituições no Serviço de Informação ao Cidadão

ranking da transparência das universidades federais 2017

 

A transparência é colocada como prioridade nas instituições públicas? Como têm sido o atendimento das universidades federais no Serviço de Informação ao Cidadão (SIC)?

Foi em busca destas respostas que o jornalista Cristiano Alvarenga* criou o Ranking da Transparência das Universidades Federais. O posicionamento de cada instituição foi baseado nos dados de atendimento disponíveis no SIC.

No estudo, foi verificado que em 2016 foram solicitados 9.903 pedidos de informação nas 63 universidades federais.

As instituições responderam 97,5% das demandas no prazo médio de 22,12 dias. Em média, 10,5% dos pedidos foram prorrogados.

O quadro geral não esconde as grandes disparidades entre as universidades federais. O Ranking da Transparência contribui para premiar as boas práticas e estimular mudanças em instituições que não tenham dado o devido atendimento ao cidadão via SIC.

Ranking da Transparência das Universidades Federais: conheça os critérios

 



A chamada “Lei de Acesso à Informação” prevê que toda instituição pública deve disponibilizar ao cidadão as informações em até 20 dias, com possibilidade de prorrogação de 10 dias. 

Normatizada pela Lei 12.527, de 18 de novembro de 2011, a “Lei Geral de Acesso à Informação” vigora no país desde 16 de maio de 2012. A “jovialidade” da legislação evidencia ainda mais a necessidade de criação de mecanismos de avaliação dos instrumentos de acesso à informação, em especial o SIC.

Foi considerando estes aspectos que o Ranking da Transparência foi criado. Assim, na classificação das universidades federais foram considerados três critérios, em ordem decrescente:

  1. As solicitações de informação atendidas pela universidade;
  2. Tempo médio para resposta;
  3. As prorrogações no prazo de atendimento às questões.

Neste cenário, o primeiro item de avaliação está relacionado ao atendimento às solicitações de informação. O tempo de resposta e o índice de prorrogações são utilizados como critérios de desempate, caso necessário.

Agilidade garante liderança no Ranking da Transparência

A pesquisa abrangeu as 63 universidades federais em atividade no país. Destas, 37 instituições (58,7%) responderam todas as solicitações de informação dentro do prazo de até 20 dias, conforme prevê a legislação. Ou seja, estavam aptas a conquistar a liderança na pesquisa.

No entanto, o Ranking da Transparência não considera somente o cumprimento da legislação e dos prazos. A agilidade é critério de avaliação.

E foi a rapidez no atendimento aos pedidos de informação que valeu a liderança do Ranking da Transparência à Universidade Federal de Fronteira do Sul (UFFS).

 

Leia também: Veja como ficou a primeira edição do Ranking da Transparência, em 2016

A UFFS além de responder todos os pedidos de informação, realizou no menor tempo entre todas as universidades. O cidadão recebeu a resposta em cinco dias. Prazo bem inferior ao previsto em lei, 20 dias.

Na sequência das instituições mais ágeis no atendimento ao público estão as federais do Tocantins (UFT), do Ceará (UFC), de Alfenas (Unifal) e do Triângulo Mineiro (UFTM)

Estes são apenas alguns exemplos. Para consultar os dados de cada universidade acesse o infográfico dinâmico abaixo. O ranking completo está disponível no final da reportagem.

 




Destaques e dados gerais 

As universidades com melhores colocações na pesquisa responderam em períodos bem inferiores ao prazo máximo de 20 dias previsto na legislação.

A UFFS respondeu todos os 102 pedidos de informação, com média de atendimento de 5,24 dias. Em 2016, período da pesquisa, a Federal de Fronteira do Sul solicitou a prorrogação de prazo em cinco solicitações (4,9%).

A segunda colocação no Ranking da Transparência ficou com a Universidade Federal de Tocantins (UFT). A Universidade localizada no estado mais jovem da federação respondeu todos os 111 pedidos de informação solicitados em 2016 no prazo médio de 6,74 dias.

Fecha o pódio do Ranking da Transparência, a Universidade Federal do Ceará (UFC), com média de atendimento de 7,3 dias.

Decepções do Ranking da Transparência

Algumas instituições têm negligenciado o Serviço de Informação ao Cidadão como instrumento de interação e transparência com a sociedade.

Uma das características das instituições que negligenciam o atendimento ao cidadão pode ser verificado com os dados referentes aos prazos para envio das respostas.

A Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA) exemplifica este contexto. Apesar de responder todas as solicitações, o fez com morosidade.

A UFRA  respondeu aos pedidos  em 147 dias, em média. São quase cinco meses para dar um retorno ao cidadão. Bem diferente dos cinco dias da líder do Ranking da Transparência, a UFFS.

Mas grave do que demorar a responder é não dar nenhum tipo de retorno. Neste quesito, o “destaque” vai para a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

A universidade gaúcha responde somente metade das solicitações que são direcionadas pelo SIC (50,39%). Este negligenciamento custou à UFRGS o último lugar entre todas as universidades federais.

Confira a posição de todas as universidades federais no Ranking da Transparência:

 

Entendendo os números: dados gerais sobre o Ranking da Transparência

 

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Pedidos de informação no SIC

Respostas no SIC

  • Em média, foram respondidos 97,5% dos pedidos de informação.
  • 47 universidades federais responderam todos os pedidos de informação.
  • A UFRGS tem o recorde negativo de atendimento no SIC (50,5%).
  • A outra instituição que possui menos de 90% de respostas aos pedidos de informação é a Universidade Federal do Piauí (UFPI), com índice de 72,73%.

Prazo de atendimento

  • O prazo médio de atendimento foi de 22,12 dias.
  • O destaque é a UFFS, com média de 5,24 dias para responder. No total, 40 instituições respondem dentro do prazo estipulado pela legislação (20 dias).
  • A Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA) é a instituição que mais demora a responder (147 dias). Outras universidades também merecem destaque negativo no quesito: UFRRJ (77 dias); UFAL (56); UFPB (54); UFRN (48) e UFRR (42).

Prorrogação das solicitações

  • 10,5% dos pedidos foram prorrogados.
  • A Universidade Federal do Acre (UFAC) é quem mais prorroga os pedidos de informação. Em 2016, 37,62% das solicitações foram prorrogadas.
  • Por outro lado, 12 universidades não solicitaram prorrogação de prazo no período.

Em breve, será publicado E-book com todos os dados relacionados ao atendimento das universidades no Sistema de Informação ao Cidadão. Para mais informações sobre o Ranking da Transparência, envie e-mail para [email protected] .

*Cristiano Alvarenga é jornalista, mestre em Comunicação e especialista em jornalismo de dados.  É servidor público, lotado na Universidade Federal de Uberlândia (UFU), editor do portal Melhores do Enem e desenvolve projetos relacionados à marketing de conteúdo e à divulgação de dados abertos. 

18 comentários em “Ranking da Transparência das Universidades Federais 2017”

  1. Pingback: Comunicação | Ufersa conquista a 6° posição no Ranking da Transparência das Universidades Federais

  2. Eu considero que esse ranking precisa possuir um título que de alguma forma explicite os três critérios. Minha crítica é que não se pode avaliar a transparência apenas por esse quesito quantitativo e de velocidade na resposta mas, pelo o contrário, é preciso levar em consideração o aspecto qualitativo. O autor quem sabe em um pesquisa futura, poderia analisar os relatórios de auditorias internas e externas, pois certamente descobrirá que várias dessas instituições não cumpriram prazos ou não relataram informações suficientemente claras, enfim, constando até indícios de corrupção.

    1. Sem dúvida, os aspectos qualitativos são essenciais para “medir” a transparência. No entanto, o enfoque desta pesquisa foi investigar, especificamente, os aspectos quantitativos do Serviço de Informação ao Cidadão (SIC). Também considero salutar investigar os relatórios de auditorias e outros documentos relacionados à gestão das universidades federais. Quem sabe um estudo sobre o tema? Veremos…

  3. Um critério que talvez possa ser usado para mensurar a qualidade de respostas no e-SIC é a quantidade de recursos que uma instituição recebe. É claro que isso teria que ser pensado com um cuidado e com critérios maiores, há casos que a instituição não possui a informação, deve negar seu acesso ou divergências entre o objeto solicitado e o encaminhado decorrente do texto e de sua interpretação. Mas as demandas mal respondidas sempre estarão nesse meio (respostas incompletas, inurbanas, desconexas ou infundadas).

    1. Caro Bruno, realmente a análise do número de recursos é um parâmetro importante, no entanto, não são fornecidas informações a respeito nos relatórios disponibilizados no E-Sic. De qualquer forma, nas próximas edições do Ranking, vou tentar acrescentar essa informação. Se tiver alguma outra ponderação, não deixe de comentar aqui. Agradeço pelo contato.

  4. Pingback: Pesquisa revela dados sobre a eficiência das instituições federais no Serviço de Informação ao Cidadão: UNIRIO ocupa a 25ª posição no ranking | Grupo Tordesillas

  5. Luciana De Albuquerque Piñeiro

    Professor, boa tarde! Gostaria de fazer um comparativo da minha instituição *(UFRRJ) nos últimos anos. Poderia me encaminhar esses dados? E-mail: [email protected]
    Atualmente exerço o cargo de Auditor Interno.
    Grata!

  6. quanto ao aspecto quantitativo é preciso considerar outros aspectos não relatados neste, como por exemplo o número de solicitações que eu levantei no e-sic, destacando o período a que este relatório corresponde, considerando as dados dos quinze primeiros, parece evidente que considerou apenas o tempo de resposta, mas n]ao cita quantidade de solicitações, não tb não considerar prorrogações ao que parece, pois há um empate entre a 8ª e a 9ª posição, sendo que a 9ª prorrogou menos e possui um numero maior de solicitações:

    Universidade prazode responta prorrogações número de solicitações
    UFFS 5,24 4,90 102
    UFT 6,74 0,00 111
    UFC 7,30 5,84 274
    UNIFAL 7,69 5,08 118
    UFTM 7,73 1,61 124
    UFERSA 8,34 3,48 115
    UFLA 8,99 2,33 129
    UFSCAR 9,40 2,38 126
    UFABC 9,40 0,51 197
    UNIFESSPA 10,45 6,49 77
    UNIVASF 10,82 13,29 173
    UFCSPA 10,99 0,00 70
    UFOP 11,14 13,45 171
    UFPE 11,19 11,90 210
    UFPR 11,74 11,90 144

    Não fica Claro os critérios de montagem deste ranking, nem para os dados quantitativos.

    1. Complementando meus comentários anteriores, um índice que considere o numero de demandas e o tempo de resposta parece ser o suficiente para apresentar resultados mais justos para estes índices. Associado a isso, em caso de empate, usar a % de prorrogações para fins de desempate (quanto menor melhor).

    2. Prezada Ruth,
      Primeiramente agradeço pelo contato, é com as interações que o aprimoramento acontece e abre caminho para algumas reafirmações importantes.
      Conforme foi explicado no texto, o Ranking considera três aspectos. O primeiro, a porcentagem de respostas é o critério principal. Os dados referentes à média no tempo de resposta e os dados sobre prorrogações (%), nesta sequencia, servem para eventual desempate.
      O numero de pedidos não foi considerado no Ranking.
      Sobre os dados da UFSCAR e UFABC, 8º e 9º lugares, respectivamente, a primeira tem prazo médio de atendimento de 9,4 dias, enquanto na UFABC este índice é de 10,22. Vale ressaltar que os dados para o Ranking foram fechados no dia 20 de julho e refere-se ao período de 01 a 31 de dezembro de 2016.

  7. Pingback: [RELATÓRIO] Serviço de Informação ao Cidadão da UFFS

  8. Pingback: [RELATÓRIO] Serviço de Informação ao Cidadão da UFFS

  9. Ótima iniciativa. Parabéns.
    Você poderia me explicar melhor a metodologia da coleta e análise dos dados? se possível disponibilizar os dados. Quero apresentar esta informação pra reitoria aqui da UNIFESP, mas preciso entender melhor o esquema.

  10. Ótima iniciativa, professor, parabéns. Minha sugestão é inserir nos critérios alguns indicadores de transparência ativa e um qualitativo de transparência passiva (ex. número de recursos); ou mudar o nome do Ranking, pois o conceito de transparência é muito amplo.

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